quarta-feira, 6 de abril de 2011

VOCÊ PREFERE TER ESPAÇO OU SER FELIZ?

Quando eu comecei a procurar apartamento, estipulei o teto máximo de R$ 1,5 mil/mês entre aluguel e condomínio.
Isso, aqui em São Paulo (acho que no Brasil todo) é praticamente uma gincana.
O mercado está extremamente aquecido e aquele apartamento que você viu por mil realidades o aluguel há um ano atrás agora está saindo por uns 2,5 mil pra até mais.

Daí o que me restava: morar mais próximo ao centro da cidade, na zona norte ou nos confins da zona sul.
Como eu não tenho carro - e não tenho planos de ter tão cedo - estaria na mão do transporte público, do trânsito, do caos diário de São Paulo, que bate recorde de congestionamento todos os dias.

Isso estava me angustiando DEVERAS.
Eu vim de Santos. Lá, o mais longe tá a 40 minutos de carro, uma cidade que, apesar dos santistas acreditarem no contrário, não tem trânsito.

Quando me mudei pra São Paulo, sempre trabalhei MUITO próximo da minha casa.
[Tanto que virei piada em meu último emprego, pois quando perguntaram porque eu tinha ido trabalhar lá, respondi "porque era perto da minha casa". Paguei de revoltadinha da Estrela, que não tava levando a discussão a sério - mas era verdade: eu fiquei desempregada por um mês e eu simplesmente coloquei no google "empresas de comunicação próximas à Berrini" e cai lá. Simples assim.]

No primeiro, mais longe, era uma caminhada de 40 minutos.
No segundo, era a quatro quadras.
Aí mudei de casa: fiquei a 10 quadras.
Mudei de emprego de novo e pegava dois ônibus: um pra andar 10 quadras e outro pra andar mais quatro, porque nenhum ônibus saia da minha rua (o ponto era na esquina de casa) e virava no sentido do escritório.
Daí mudei pra cá: 10 quadras, 20 minutos andando sem pressa.

Além disso, tinha a questão da relação grana X metro quadrado.
O preço de um apê de 1 dorm. aqui na zona sul é o mesmo de um de 3 com varanda na zona norte.

Aí temos essa questão: um apartamento grande longe do trabalho ou um pequeno pertinho?
Eu estava quase me conformando de morar longe... Até achar esse aqui.

Não é perfeito, tem suas particularidades: apartamento do zelador, não tem elevador na porta, só o elevador de serviço chega aqui, tem que subir um lance de escada, não tem janela na sala...

Em compensação, é bem disposto, é (bem) barato, é do lado do escritório, é bem localizado, é só meu.
E hoje, por exemplo, quando a cidade bate (de novo) recordes de congestionamento e só se escuta buzinas de dentro de casa e as luzes vermelhas dos faróis colorem as principais vias, para mim é reconfortante estar já em casa, quietinha.

Então quando você pensar em alçar vôo solo, precisa pensar no que realmente é importante para você.
É estar perto das baladas? Ter bastante espaço para espalhar suas coisas e receber visitas? É ter vaga de garagem? Ter transporte público por perto? Estar ao lado do escritório? Ser o mais barato possível?

A partir daí, comece a procurar nos sites, jornais, andando pelo bairro que você pretende morar, arme-se de (muita) paciência e meta as caras.
Vai dar certo.