sábado, 30 de abril de 2011

SOLITÁRIA É LOMBRIGA

Estava eu hoje entregue ao tradicional vício do buraco, quando começou o Jornal da Globo.
E uma das primeiras matérias falava sobre o aumento das pessoas morando sozinhas no Brasil.
E por mais de uma vez nós, que engrossamos esta estatística, fomos chamados de solitários.

Mandei uma reclamação no twitter e rapidamente uma amiga respondeu o título do post - que achei genial e já me apoderei (viu Line, sua linda!).


Porque as pessoas insistem em achar que todo mundo que escolhe morar sozinho é solitário?
Como se fossemos aqueles nerds de filme americano, que são cuspidos e amarrados com silver tape no poste em frente à escola.
Como se não tivéssemos amigos ou família, como se fossemos eremitas, shreks da selva de pedra.

No fundo, acho que a sociedade não está pronta para entender essa nova parcela da sociedade.
Pessoas que poderiam estar na casa dos pais ou casada com alguém, mas optou por seguir a vida sozinha, em seu espaço privado, seguindo seus hábitos, ritmos, vontades e horários.

Mas deveria.
Pra mim, essa é uma tendência sem volta.
Até porque a própria sociedade está nos criando, com mecânismos que incentivam as pessoas a cada vez mais se fecharem em seus espaços - supermercado delivery, sites de encontros onde mais se fala pela internet que pessoalmente, carros cada vez menores para pouca ou nenhuma família, violência que te impede de ajudar estranhos.
Asociedade está transformando as pessoas cada vez mais em unidades, cada vez menos em tribos.

Agora se elas estão se tornando solitárias, é com elas.
Não me sinto solitária, nem um pouco.